Polícia poda show de palhaços na Ilha



Foi mais ou menos assim, que nosso primeiro show de espetáculo nesta empreitada rumo à ilha começou.
Depois de fazer o check in na casa da mais nova amiga da banda, Ligia, fomos fazer um lanchinho na padaria da esquina, que por sinal além de ter delícias era muito simpática. Alimentados e já reestabelecidos após algumas horas de viajem embarcamos e fomos direto para o TALYESIN, onde o público já fechava a rua, ansiosíssimos pela chegada da Bandinha, quase não conseguimos estacionar, pois a rua era tomada por pessoas que fariam daquela noite uma esplêndida festa, ritualística, quente e cheia de surpresas.
Logo que aportamos com a velha VAN MB, Teimoso Teimosia já foi fazer o reconhecimento do terreno, diagnosticando o que seria nescessário para o Gran Showzin, bom, realmente não havia tempo para mais nada, era só entchuflar e ...pãrã pãpãrã pápápápãrãpãrã!!!!!!!!!!!!!!
A banda que abria os caminhos era a NUMB, rapaziada de bom humor e da fé, seus componentes eram o soldado universal (guitarra), o mago ( teclados e baixo?) e por ironia do destino, um palhaço na bateria. É por esses palcos da vida que sempre se encontra um amigo da antiga, Beltrão, camaradinho que conheci em 2005, morador do Rio Vemelho mas nascido na cinza Poa, esse cara fez parte da Colarinhos Caóticos e é nego véio da “CENA”. Saudações!!!
O palhaço baterista és uma grande figura, palhaço de verdade, esse cara foi super receptivo e mais um gran amiguinho que fizemos nesta viajem.
Buenas, era hora de ir para o velho ritual, figurinar, maquiar e Go Horse, Go! Estávamos mais uma vez prontos para o baile “Clown Music”.
Quando invadimos aquela ruela já marcava umas 23:00 e tínhamos mais ou menos até 01:00 para deixar nosso sentimento, marca, mensagem, som, loucura, bom seja lá o que for que deixamos, não foi bem assim que a coisa funfou (funcionou). Logo que chegamos no palco o público se aproximou, mas quando falo em aproximação, não é aquela coisa de ficar um metro longe, era quase na cozinha da casa da Nakasa, ficamos tão próximos que mal existia espaço para esticar o braço com o instrumento pois podíamos correr o risco de bater em alguém, tanto o Teimoso quanto eu, o Maestro Cotoco ficou entre Zé Docinho, o público e eu, conseguiu imaginar?
Bom, o nosso show começa com muito mistério e magia!!!
Aquele espaço para o silêncio e...
Eram corpos vibrantes em uma temperatura absurda, pulando, dançando sem medo ou regras, puro improviso sem temer o contato de outros corpos suados, quentes e pulsantes. Não havia níveis impossíveis para se achar um espaço naquele lugar com chão de madeira que por um instante parecia uma cama elástica me fazendo pensar; - E se esse chão não for o suficiente. Realmente o doce, doce, doce parecia mais vivo a cada LERLERLER!!!
Na segunda música, Maestro Cotoco teve de pedir no microfone; - Alguém pode conseguir Água! Por favor.
Na terceira canção já estávamos em uma troca verdadeira e recíproca, começando aquilo que tanto buscamos no nosso trabalho. Já na quarta música, quando baixamos um pouco a intensidade para aquela respiração necessária, não foi possível a conclusão do que ali acontecia, o show de espetáculo da Bandinha Di Dá Dó mais uma vez era PODADO, lembro de outra ocasião em que no último show da temporada em Guarapari-ES era prefeitura que não permitia nossa apresentação, mas graças a voz do POVO o show aconteceu, mas esta é outra história. Desta vez foi a POLÍCIA de Santa Catarina e não teve choro nem vela, era pra parar e ponto final. Ficou aquele gostinho de quero mais e uma sensação de não saber bem o que havia acontecido.
A cena foi bizarra, pois não existiu uma preparação do tipo, chegar de cantinho ao pé do ouvido e na elegância avisar: - Olha, a POLÍCIA tá aí na frente e precisamos parar, toquem a última por favor. Foi sem cuspe. Ninguém teve culpa, só faltou jeito. Maestro Cotoco bem que tentou o protesto, mas foi em vão. Até a próxima...
Ainda bem que havia ainda mais dois shows, então aproveitamos para divulgar, já que era o que restava.
O surrealismo nos acompanha a todo momento, penso eu que a POLÍCIA não sabia que era uma banda de palhaços que causava aquele alvoroço, então descendo as escadas rumo a VAN MB me deparo com dois BRIGADIANOS que quando me fitaram ficou aquele ar de: - UOU! O que se passa?
Depois dessa estréia um pouco “periclitante” ainda tivemos bons momentos que vem com outras histórias, porém esta noite é mais uma que fica pra sempre em nossos registros de pele, hormonais e transpirantes para que um dia possamos passar, se o grande espírito dos velh@s palhaços nos permitir.
SaUdaçÕes HOrizOntais!

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